Texto escrito por Gabriela Braga
Àquela noite foi terrível. Não
tem como esquecer. Lembro-me de ver o céu bem negro, a lua distante, mas bem
iluminada. As vozes ainda ecoam na minha mente. Sentia-me presa por grades de ferro.
As lágrimas escorriam facilmente pela face por caminhos abertos pelas primeiras
que com dificuldade rolaram.
A velha, boa e inexplicável
saudade daquilo que nunca vi veio à tona. Tudo o que eu precisava era de um
abraço, de Alguém que apertasse um botão e apagasse todas as minhas lembranças
ruins, esse Alguém é Jesus, o Único que pode fazer isso por nós. Saudades de um lar, saudades de um Pai, do abraço do meu Pai. Como eu
desejei (e desejo) ver aquela pequena nuvem do tamanho da mão de um homem vir
crescendo e brilhando cada vez mais. Encontrar Aquele que realmente nos ama e
pode preencher o nosso vazio existencial. A vontade de ver meu Deus é imensa,
não sei explicar.
Precisamos esperar um pouco mais,
existe uma obra a ser feita.
Um sermão que ouvi do estimado
Professor e Pastor Valdecir Lima, com o título “A Simplicidade do Poder” me
iluminou muito a respeito dessa espera do fim. Ele diz algo que faz muito
sentido: em Mateus 24 quando Jesus nos diz os sinais de Sua segunda vinda,
lemos sobre as guerras, os rumores de guerra, falta de amor, terremotos e destruição
em vários lugares, e Ele diz que ainda não é o fim. No verso 14 lemos assim: “E
este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as
nações, e então virá o fim.” O fim vem não por ocasião das guerras, ou pela
maldade da humanidade, mas pela finalização da obra do Senhor nesse mundo
tenebroso.
Por mais decepcionada que eu
fique por causa da minha mentalidade humana e do meu egoísmo, a volta de Cristo
não depende da minha vontade ou do quanto eu sofro. Depende inteiramente dEle.
Ele conhece o inicio e o fim desde o principio, sabe o que é melhor para todos.
“Depende” do meu comprometimento como cristã! Da união dos irmãos, da formação
de discípulos, do senso de missão. Não funciona o “eu sofro tanto, Jesus podia
vir logo”. Onde fica o amor verdadeiro por pessoas, por aqueles que ainda
precisam ouvir o evangelho e se converter de seus maus caminhos?
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